10 de julho de 2011

Semanário Dos Bruxos

Eu poderia escrever um livro sobre a magnitude de Harry Potter, para mim. Eu poderia escrever todas as palavras que eu conheço de gratidão, e ainda assim, não seria suficiente. Poderia falar tudo, que tanta gente ja falou, poderia repetir o que tanta gente ja sabe, poderia afirmar o que tanta gente ja afirmou, mas tudo isso, não adiantaria. Para mim, Harry Potter é indescritível, é algo que bate aqui dentro de um jeito diferente. E para você ? Harry Potter. O que é isso pra você ? Quando esse nome vem a minha cabeça, fica quase impossível não esboçar um sorriso. É difícil, realmente difícil, a tarefa de expressar em palavras o que pensa meu coração. É difícil, realmente difícil, explicar o motivo de minhas lágrimas a cada livro, a cada filme, ou até mesmo a cada foto. O coração bate mais forte e a lágrima às vezes cai antes que possamos freá-la. Já tentei encontrar, diversas vezes, uma explicação racional e plausível para todo esse sentimento. Já me perguntei o porquê de amar tanto essa saga, o porquê dela significar tanto, mas tanto pra mim, e porque se ela não existisse, minha vida estaria com um lamentável vazio. Mas simplesmente não encontro a resposta. Amor, afinal, é mais complexo do que imaginamos. Amor ? Quando pensamos nessa palavra, relacionamos a casais, a família, a amigos. Algumas pessoas julgam errôneo ou até mesmo imaturo, usar esta palavra abstrata para algo que se desconhece. Mas sinceramente, acho que em situações como essa, o amor deveria ser ainda mais reconhecido. Por não ter fronteiras, não ter limites. Porque com o amor de fã, enchemos de esperança nossos bolsos, voz, coração e alma. Amamos tudo, tudo, tudo. Amamos até mesmo os defeitos, respeitamos as recaídas, e admiramos incessantemente, sempre com aquele brilho nos olhos ao pensar “eu te amo”. E quando até algumas famílias distanciam-se da pessoa em questão ao cometer um erro, o nosso amor de fã fica mais forte. A gente entende, apóia, ama. Sinto um enorme pesar por aquelas pessoas que não compreendem esse tipo magnífico de amor. Elas erram, penosamente, ao dizer que é ridículo. Mas isso é uma hipocrisia, pois se o amor é literalmente infinito, por que devemos limitá-lo às pessoas a nossa volta? Elas desconhecem que, quem ama, não pensa. Quem ama, só ama, ama e ama. De todos esses 10 anos pra cá, desde a primeira vez em que peguei em um livro de Harry Potter, a saga foi meu refúgio. Eu não queria mais saber de nada. Ficava no quarto, noite e dia, dia e noite. Esquecia-me, certas vezes, até de comer e dormir. E quando tinha um problema, uma aflição que me machucava aqui dentro, era só pegar um livro, esquecer de tudo e viajar... E nesse momento, os pensamentos, as aventuras, os rancores de Harry, eram os meus. E eu ria, chorava, ficava nervosa e ansiosa com um pedaço de papel. Era como o meu melhor amigo. Consolava-me, me animava, sem perceber. Eu mergulhava naquele mundo de fantasias e só conseguia pensar na audácia de Harry, nas bobeiras de Rony e na perfeição de Hermione. Todos diziam “Isso é coisa de idade, é só uma questão de tempo, ela esquece”. E estou aqui até hoje, quase 9 anos depois, amando como se ainda fosse aquela garotinha de 6 anos, aprendendo a ler com as palavras de Joanne. Posso afirmar, sem sombra de dúvidas: O amor, não é passageiro, não confunda. Quando você ama, de verdade, com a alma e com o coração, vai durar para o resto de sua vida. Pode até não ser com a mesma intensidade louca de anos e anos atrás. Mas, quando ficar mais velha, você ao encontrar um livro de Harry Potter, irá sorrir e pensar: “Já amei e ainda amo essa saga incondicionalmente”. Com Harry Potter, aprendi diversas coisas. Com ela, aprendi o valor da amizade. Aprendi que inteligência é de se prezar, mas a vida irá exigir de você coisas mais importantes, como a coragem e a amizade. Aprendi que o amor, não importa de que forma seja, deixa uma marca, irreversível e que só podemos ver se olharmos com muita atenção e recorrermos a ela nos nossos momentos de dificuldade. Aprendi que a felicidade pode ser encontrada nos mais sombrios dos tempos, é só você lembrar de acender a luz. Aprendi que o bem e o mal existem, e cabe a você, somente a você, escolher o lado que deve seguir. Aprendi, na teoria, como é confrontar seus medos, como é estar em busca de uma força interior e como é fazer o que é certo, na cara do inimigo. E finalmente, aprendi que são nossas escolhas, mais do que qualquer outra coisa, que mostram ao mundo o que realmente somos, e que aqueles que amamos nunca nos deixam de verdade, sempre podemos encontrá-los em nosso coração. Com Harry Potter, morri junto com um personagem e revivi junto com uma fênix. Flutuei junto com fantasmas e pisei firme junto com um meio-gigante. Senti o vento gelar minhas orelhas junto com testrálios e esquentei-as com uniformes escolares. Senti raiva junto com um governo incompetente e felicidade junto de personagens incríveis. Comprei passagens para estações impossíveis e desembarquei em cidades que não estão no mapa. Voei nas costas de hipogrifos e ouvi conselhos de elfos domésticos. Hospedei-me em casas encantadas e acordei em bares bruxos. Voei com artilheiras habilidosas e derrubei adversários com batedores idênticos. Apanhei pomos de ouro e os vi sendo apanhados. Desapareci em um lugar e apareci em outro. Desfrutei de sabores exóticos e de sabores que eu nem sabia quais seriam, até provar. Vivi a magia de estudar e lutar nessa fantasia interminável, sem nunca me esquecer de o que é amor. Aprendi com quem mais sabe o que somos sobre sofrimentos, que a vida não é fácil nem difícil, nós é que transformamos ela, e vamos de mal a pior. Entendi como a amizade pode ser interminável e mais forte que muita coisa. Descobri que o amor e a família eram mais fortes que muita magia. Salvei da morte pessoas que eu odiava. Chamei pelo nome quem eu deveria chamar de professor. Confiei nas pessoas erradas, mas que sempre estiveram do meu lado. Assisti a morte dos meus personagens favoritos, e assisti ao assassinato daqueles que eu mais detestava. Vi uma senhora ruiva provar o quanto era extraordinária. Vi uma sangue-ruim vencer aqueles que julgavam-se melhor por terem o sangue puro. Vi um covarde aprender a defender-se tendo como impulso o desejo de vingança. Eu vi e revi todas as aventuras mais alucinantes que você colocou nessas páginas. Nessas páginas com as quais me deliciei durante madrugadas. Foi do lado do seu livro que eu vi o sol nascer e vi a lua sair de cena. Foi com teu livro que me aventurei por um mundo totalmente novo e desconhecido. E daqui há anos, quando tiver uma filha, lerei pra ela os livros que mudaram minha vida, que preencheram o meu vazio. E esse tesouro, passará de geração em geração, como deve ser com as coisas que prezamos. E agradeço por aquele menino órfão, de cicatriz, aquela menina que era chamada de 'sabe-tudo insuportável', e ao simples ruivinho encantador e engraçado terem me ensinado tanto. Por causa deles, eu ainda murmuro 'Lumus Máxima' para a lâmpada, na esperança que ela acenda, digo 'Accio' para um objeto quando tenho preguiça de pegá-lo, na esperança que venha até mim. E quanto ao fim.. Eu já vejo a saudade batendo no meu coração, e a angústia de não ter mais aquela ansiedade e euforia. Não importa quantas palavras eu coloque aqui, tudo isso é muito pouco comparado, ao que eu sinto por esse mundo mágico que me ensinou a lutar e nunca desistir. Eu vivi e vou viver pra sempre essa aventura que nunca vai ter fim. As folhas de papel irão amarelar, se desfazer, virar somente alguns pequenos pedaços de papel destruído. Mas as lembranças de tudo o que eu passei, de tudo que eu sofri, de tudo que eu chorei e de tudo que eu sorri vai sempre estar aqui comigo, na minha alma. Porque a magia nunca acaba pra quem acredita. Gryffindor, Slytherin, Ravenclaw e Hufflepuff. Harry Potter, Hermione Granger, Rony Weasley e sua família de cabelos flamejantes e lotados de sardas. Isso nunca vai ter fim pra mim, porque a magia permanece aqui dentro do meu peito, como um pedaço de graveto encantado com fogo infinito. Eu só sei que, todo ano, no dia 1 de setembro, assistirei o Expresso de Hogwarts partir, sem mim.


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